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CÂNCER DE BEXIGA

O câncer de bexiga é um dos tumores mais frequentes. Ocupa atualmente o quarto lugar (10% dos casos) nos homens e o oitavo lugar (4% dos casos) na mulher, sendo o segundo mais tratado pelos urologistas, perdendo apenas para o adenocarcinoma da próstata. O câncer de bexiga é o segundo tipo de câncer mais frequente do trato do urinário.

Quais os principais fatores de risco para esse câncer?

  • Idade e raça - Homens brancos e de idade avançada são o grupo com maior probabilidade de desenvolver esse tipo de câncer.

  • O tabagismo pode aumentar o risco de uma pessoa ter câncer de bexiga e está associado à doença em 50-70% dos casos.

  • Exposição a diversos compostos químicos, como aminas aromáticas, azocorantes, benzeno, benzidina, cromo/cromatos, fumo e poeira de metais, agrotóxico, HPA, óleos, petróleo, droga antineoplásica, tintas, 2-naftalina e 4-aminobifenil, muitas vezes associadas ao trabalho em agricultura, construção, fundição, extração de óleos e gorduras animais e vegetais, sapatos, manufatura de eletroeletrônicos, mineração, siderurgia; indústria têxtil, de alimentos, alumínio, borracha e plásticos, sintéticos, tinturas, corantes, couro, gráfica, de metais, petróleo, química e farmacêutica, tabaco; cabeleireiros e barbeiros, maquinistas, motorista de caminhão e de locomotiva, pintor, trabalhador de ferrovias, trabalho no forno de coque e tecelão podem apresentar risco aumentado de desenvolvimento da doença.
     

Quais os sintomas que devem gerar alerta ao paciente quanto ao risco de Câncer de Bexiga?

O sintoma mais frequente é a presença de sangramento visível na urina (hematúria), habitualmente vermelho vivo e acompanhado de sangue coagulado. Mais raramente, este sangramento só poderá ser observado através de um exame de urina de maneira microscópica.

A presença exclusiva de hematúria, microscópica ou não, é insuficiente para o diagnóstico de câncer da bexiga, já que pode ser sintoma de outras doenças, ou até mesmo ser considerada "normal" para alguns indivíduos. 

Outros sintomas associados ao câncer de bexiga são as micções muito frequentes e as dores ao urinar (disúria).

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E como é realizado o diagnóstico do Tumor de Bexiga?

Através da história do paciente e seus sintomas o médico poderá fazer a suspeita desta doença. Exames complementares de imagem como tomografia computadorizada, ultrassonografia, ressonância magnética, poderão ser solicitados para avaliar a bexiga.

Exames de urina poderão incluir também a análise das células do urotélio que se soltam e são carregadas pela passagem da urina (citologia oncótica urinária), assim como de algumas substâncias nela dissolvidas e que possam estar relacionadas aos tumores uroteliais de bexiga.

O exame diagnóstico mais importante para os tumores vesicais é a endoscopia (cistoscopia), que permite ao médico visualizar o interior da bexiga. Este exame, habitualmente, pode ser realizado sem a necessidade de internação e sob leve sedação que permite.

Se o médico diagnosticar a presença de tumor, ou se estes já tiverem sido diagnosticados através dos exames de imagem, haverá a necessidade de internação para a realização de uma cirurgia endoscópica. Esta cirurgia ocorre sob anestesia geral ou peridural/raquianestesia, na qual se procurará "raspar" (ressecção transuretral – RTU) todo o tumor visível, o que permitirá o estudo das suas características microscópicas (estudo anatomopatológico), dados fundamentais para definição do prognóstico e tratamento do câncer de bexiga.

O estudo anatomopatológico permitirá ao patologista examinar as células tumorais e compará-las com as células normais do mesmo tecido. Com isto, ele poderá concluir o quanto as células tumorais diferem das normais e classificar o tumor em "baixo grau" e "alto grau". O grau tumoral reflete a agressividade do tumor, ou seja, a probabilidade de vir a tornar-se infiltrativo, caso seja um tumor superficial, ou de se espalhar pelo organismo (desenvolver metástases). 

Quais os tratamentos disponíveis para os Cânceres de Bexiga?

RTU de Bexiga: As lesões superficiais da bexiga poderão ser tratadas apenas com a raspagem (ressecção) endoscópica por via transuretral, estabelecendo-se após um acompanhamento rígido, que poderá ser complementado com medicações aplicáveis no interior da bexiga, na tentativa de se evitar recorrências.

Quimioterapia Intravesical: após a remoção do tumor por via endoscópica, dependendo do caso, o médico poderá optar pela instilação intravesical de imuno ou quimioterápicos com a finalidade de diminuir a incidência de recorrências. A instilação intravesical é realizada através de um cateter (sonda) introduzido na bexiga através da uretra. O procedimento é feito ambulatorialmente, necessitando apenas anestesia local obtida com a introdução de uma geleia anestésica na uretra.

Cistectomia (Retirada da Bexiga): também é a forma mais adequada para o tratamento dos tumores infiltrativos (que acometem a camada muscular da bexiga). Pode ser precedida por quimioterapia sistêmica (injeção intravenosa de quimioterápicos) em situações especiais. Excepcionalmente, os tumores infiltrativos poderão ser tratados apenas com ressecção endoscópica associada à quimioterapia e radioterapia.

Com a retirada completa da bexiga, torna-se necessário que se crie uma alternativa para a eliminação da urina produzida pelos rins (derivação urinária).

A forma preferencial, sempre que for possível utilizá-la, é a confecção de uma "nova" bexiga com um segmento do intestino. Esta cirurgia permite que a urina produzida fique armazenada neste reservatório intestinal (neo-bexiga ileal) para ser eliminada pela uretra, permitindo ao paciente viver com boa qualidade de vida. Contudo, alguns tumores podem impossibilitar esta forma de derivação urinária, exigindo a utilização de bolsas coletoras urinárias fixadas à pele, ou que se crie uma drenagem da urina para o intestino.

Na Cistectomia, também podemos lançar mão da Cirurgia Robótica para auxiliar o cirurgião na realização do procedimento de forma mais precisa, menos invasiva e que possibilitará uma recuperação mais precoce ao paciente.

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